terça-feira, 27 de setembro de 2016

XVII Da Clandestinidade à Luz


1
Sim! O nome deriva de Aké, devido à ponta, como no instrumento pontiagudo de metal. Diz-se em hebraico shittah tendo como plural shittim traduzindo-se em grego por aseptos, isto é, o que não entra em putrefação, enquanto modelo do incorruptível e da imortalidade da alma. Da madeira dela fez-se a própria Arca de Noé, sendo também usada para a construção do Tabernáculo, conforme a Bíblia (Ex. 30, 24; 26; 28).

2
Emblema solar, consagrado por Egípcios e Árabes, como a divindade diurna, por causa das flores amarelas e douradas, que representam o que é magnificente e poderoso, isto é, o sol e a luz. Símbolo da inocência e da ingenuidade, mas também da segurança e da certeza, da imortalidade e da incorruptibilidade, talvez porque, neste mundo de homens lúcidas, importa a lucidez de sermos ingénuos. Conhecida como pinheiro do Egito, a dita acácia mimosa.

3
Para René Guenon, até a coroa de espinhos de Cristo tem a ver com os da acácia, equivalendo aos raios luminosos, provenientes do sol. Segundo a lenda, os Templários cobriram as cinzas de Jacques de Molay com acácias. E Maomé destruiu o ídolo Al-Vzza ou Al-Uzza que tinha a acácia como símbolo.

4
Não! Não vou seguir este caminho. Prefiro passar do ramo à árvore e saudar esta memória viva de uma loja que procura regenerar um espaço que vai da preparação do cinco de Outubro à resistência à ditadura, entre Machado Santos e Adelino da Palma Carlos. Por outras palavras, uma loja de vencidos da vida e de projetos por cumprir, onde os momentos mais sublimes talvez tivessem sido assumidos pelos que tiveram a heroicidade de viverem como pensavam, sem pensarem como depois iriam viver. Mas desses não reza a história, pelo que temos de os assumir em regeneração, para os poder cumprir aqui e agora, com saudades de futuro.

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Prancha na Loja Acácia