terça-feira, 27 de setembro de 2016

Nunca podemos passar o planisfério a uma esfera, sem distorção (glosa a prancha I)




Apenas pode estar vigilante aquele que está desperto e que pode ascender, pela recordação, ao que é grei. Porque, no princípio, tem de estar o fim, se não esquecermos os egrégios avós e até o egrégio teorema de Gauss. Onde nunca podemos passar a planisfério, uma esfera, sem distorção, dado que, conservando os ângulos, não conseguimos conservar a área. 


Os povos não se medem aos palmos financistas. No princípio está sempre o fim. É sempre o fim.



Grex tanto deu grei como egrégio. Porque no princípio é sempre o fim, quando se faz o princípio, procurando criar um ajuntamento de almas, momentâneo, pelo exercício do ritual, onde possamos aceder ao eterno. Uma liturgia, desprofanizando o sagrado, nomeadamente pela descoberta de uma força de coesão.



Pode haver ascensão a um princípio que seja a ordem verdadeira. A cópia, modelo ou forma do começo que é fim. A imagem do subconsciente coletivo, onde apenas temos de recordar.



Na alma de um grupo, o todo é mais do que a mera soma das partes, são manifestações de comunhão, em torna da ideia de obra, ou de empresa. Só vigia quem está desperto.



Todo o grupo humano tem força psíquica, consciência coletiva, uma espécie de espelho do inconsciente coletivo.



Há, assim, correntes emocionais, mentais e espirituais que vêm do todo. Uma ideia-força, um vitalismo. A tensão entre luz e trevas; alegria e dor; a manifestação da totalidade pelo paradoxo, num ciclo de convergência, divergência, emergência, conforme a complexidade crescente.



A sabedoria só se atinge pela prudência, através da técnica, isto é, pela ascensão, o espírito vindo das coisas. Para o todo das coisas. Onde até viver é morrer, para que morrer seja viver.



E vive-se mais do que se explica, na razão da emoção partilhada, na dinâmica de uma via iniciática, individual e coletiva.



No princípio está sempre o fim. É sempre o fim. Mas só quando se faz maçonaria.